A gente sempre presta atenção no processador e na quantidade de RAM para estimar quão rápido é um smartphone, mas o padrão de armazenamento de dados também influencia no desempenho. Dentro de alguns meses, teremos aparelhos com um tipo de memória Flash muito mais rápido e econômico no consumo de energia do que os padrões atuais: a JEDEC, entidade responsável pela padronização de microeletrônicos, finalizou as especificações do UFS 3.0.
Sigla para Universal Flash Storage, o UFS é um padrão de memória Flash que surgiu em 2011. Ele é mais comum em aparelhos high-end. Atualmente, a indústria é atendida pelos padrões UFS 2.0 (de 2013) e UFS 2.1 (2016). Este último pode ser encontrado no OnePlus 5T e no Galaxy S8, por exemplo (embora muitas unidades do S8 tenham o UFS 2.0, aparentemente).
O UFS 2.1 é rápido o suficiente para eliminar quase todo tipo de gargalo. O novo padrão vai muito além, prometendo o dobro de desempenho: enquanto o UFS 2.1 trabalha com largura de banda de até 5,8 Gb/s (gigabits por segundo) por canal, o UFS 3.0 suporta até 11,6 Gb/s. Como o UFS 3.0 permite o uso de dois canais simultâneos (assim como o 2.0 e o 2.1), a largura de banda pode chegar a 23,2 Gb/s, ou seja, ao máximo teórico de 2,9 GB/s (gigabytes por segundo).
No consumo de energia, o UFS 2.1 requer entre 2,7 V e 3,6 V. Graças à redução da área dos chips, o UFS 3.0 consegue trabalhar com 2,5 V. Em resumo: módulos no novo padrão ajudam o dispositivo a poupar energia.
Outra vantagem do padrão UFS 3.0 é o suporte mais amplo a variações de temperatura: entre -40° C e 105° C. A capacidade dos módulos UFS 3.0 de trabalhar com esses extremos não é mero capricho: a JEDEC espera que chips do tipo também sejam utilizados pela indústria automotiva.
Com relação a smartphones e outros dispositivos móveis, talvez os primeiros modelos equipados com UFS 3.0 cheguem ao mercado no final do ano, mas as chances são pequenas. Há alguns rumores sobre o uso do padrão no futuro Galaxy S9, mas é mais provável que vejamos a tecnologia somente em topos de linha lançados a partir de 2019.