Com problemas para fazer frente a concorrentes em sua terra natal no mercado mobile, a chinesa Xiaomi parece estar considerando outras opções para aumentar suas receitas. E um dos principais planos da empresa envolve iniciar a produção de seus próprios chips processadores, informou uma fonte ao Wall Street Journal nesta quinta-feira (09).
É uma decisão que está alinhada ao que outras fabricantes chinesas vêm fazendo na tentativa de compensar as perdas registradas nos últimos trimestres no mercado de smartphones. Ao invés de insistir na fabricação de aparelhos, cuja oferta está saturada, as empresas estão concentrando esforços no desenvolvimento de tecnologias próprias para fazer frente às rivais Samsung, Apple e até mesmo Huawei no ramo de chips processadores.
Ainda de acordo com as tais fontes, a ideia da Xiaomi é lançar o SoC batizado de Pinecone já no mês que vem. Ainda não se sabe, entretanto, em qual smartphone da marca ele virá instalado. Em todo caso, os planos da Xiaomi são de passar a ofertar seus dispositivos apenas com SoCs próprios e vendê-los como uma “experiência única e integrada”, tal qual a Apple faz com seus iPhones e iPads e seus processadores próprios.
O analista da Bernstein Research, Mark Li, enxerga o movimento como arriscado: “Os recursos necessários para desenvolver um chip mobile competitivo são caros”. Já o diretor de pesquisas tecnológicas da TrendForce, Sean Yang, acredita que o esforço vale a pena, principalmente se a Xiaomi quiser se diferenciar das demais fabricantes. “Uma fabricante de smartphones só consegue atingir o ápice da experiência de usuário quando otimiza e integra seu próprio hardware e seu próprio software”, argumentou.
Independentemente de qual caminho a Xiaomi escolha seguir, é flagrante que a empresa precisa tomar alguma providência caso queira se manter relevante no mercado. Em 2015 a empresa liderou a venda de smartphones na China, mas no ano passado despencou para a quinta colocação ficando atrás da Apple, Vivo, Huawei e Oppo. Ela também perdeu espaço no mercado internacional, tendo inclusive de engavetar alguns planos de expansão e abandonar alguns países, como foi o caso do Brasil. Agora, com a saída de Hugo Barra do quadro de diretores, esse é um problema que deve até se agravar neste ano.
Fonte: The Wall Street Journal