O cenário macroeconômico do País ainda permanece instável e a perspectiva é que o Brasil ainda não passe a ter crescimento vigoroso, acima de 1% em 2017, de acordo com a mediana das projeções do mercado financeiro, apurada pelo boletim Focus do Banco Central. Por isso é importante que empresários de pequeno e médio porte façam o planejamento financeiro, de modo a evitar riscos para a saúde da empresa.
De acordo com especialistas em finanças, é importante que os gestores de empresas se atenham a alguns fatores, como o gerenciamento do fluxo de caixa, a necessidade da tomada de crédito e os cuidados com a questão fiscal e tributária. Listamos abaixo cinco dicas que esses especialistas consideram fundamentais para ter cuidado no planejamento financeiro para 2017. Veja:
Observe com atenção o fluxo de caixa da sua empresa
Em momentos de crise econômica, é natural que haja queda na receita. Nesse aspecto, é importante que o empresário reduza custos e despesas, principalmente os considerados não essenciais. A avaliação é de Fabrício Costa, CEO da Equals, empresa especializada em gestão financeira e conciliação de vendas. “Uma coisa é certa, aumentar as receitas da empresa em momento de queda na economia costuma ser um grande desafio. Por isso é mais adequado para a maioria das empresas reduzir custos e despesas”, avalia o especialista. Além disso, é importante nunca tirar os olhos do fluxo de caixa. Ele sempre será o termômetro que definirá a saúde financeira da empresa, complementa Costa.
Antecipe possíveis momentos para tomada de crédito
Muitas vezes uma empresa necessita de recursos financeiros, seja para expandir suas operações como também para lidar com possíveis retrações de recursos. Por isso, é importante que o empresário se antecipe, buscando as melhores forma de obter crédito, avalia o financista Dan Cohen, sócio-fundador da plataforma de intermediação de crédito F(x). “Existem ferramentas no mercado que colocam o empresário em contato com bancos e fundos que desejam conceder crédito. Assim, ele tem rapidamente acesso a um número maior de financiadores e pode negociar condições melhores”, avalia Cohen.
Gerencie as notas fiscais emitidas
A utilização das Notas Fiscais Eletrônicas (NFe) é uma realidade nas empresas. O armazenamento por um período de cinco anos após a data de emissão de cada documento é uma obrigatoriedade fiscal. Por isso, é importante que o empresário tenha total controle da gestão de modo a evitar autuações por parte dos órgãos fiscalizadores, avalia Alison Flores, sócio-fundador da NFe Cloud, especializada na gestão desse tipo de documento. “À medida que a atividade de uma empresa cresce, a emissão de notas fiscais aumenta, exigindo uma maior organização destes documentos. Os setores financeiros e comerciais de uma companhia precisam ter acesso a todas as transações, e o armazenamento digital deixa todas as NFes disponíveis para consultas sempre que preciso”, afirma o especialista.
Estude a possibilidade de antecipar recebíveis
Seja para investir no seu negócio ou para cobrir alguma despesa extra no caixa, as empresas veem na antecipação de recebíveis uma forma de conseguir crédito para saldar as contas. A antecipação nada mais é do que transformar as vendas parceladas no cartão de crédito em dinheiro vivo, por meio do banco ou de uma adquirente para necessidades emergenciais, avalia Fabrício Costa, da Equals. “Como qualquer outra linha de crédito, se não for bem pensada pode virar um grande problema para o empresário no futuro. Por isso, é imprescindível montar um planejamento financeiro, com uma projeção de fluxos de caixa, caso a antecipação se mostre a melhor opção”, aconselha o especialista.
Alongue o prazo das linhas de crédito
Muitos empresários brasileiros ainda acreditam que empréstimo se refinancia e por isso não se importam em tomar linhas de curtíssimo prazo. Isso acaba sendo uma gigantesca armadilha em períodos de crise, em que os bancos naturalmente diminuem suas carteiras de crédito, afirma Dan Cohen, da F(x). Além disso, o especialista aconselha privilegiar garantias não-operacionais ao negociar o crédito. “É muito mais fácil conseguir crédito com garantias não-operacionais, ou seja, que não fazem parte do próprio negócio da empresa, do que aquelas diretamente ligadas à atividade”, complementa.