Uma das pragas mais perigosas e facilmente dissemináveis nos tempos atuais é a dos roteadores. Por meio de dispositivos inseguros, vírus se espalham criando redes de máquinas zumbis, que podem ser usadas em ataques de negação de serviço ou na captura dos dados de quem acessa a internet. Mas e se alguém criasse um malware que de mal só tem o nome?
É justamente essa a ideia do Wifatch, uma nova “ameaça” que ataca roteadores Wi-Fi com Linux para fazer o serviço que muitos usuários não fazem. Ao infectar o dispositivo, o vírus é capaz de eliminar completamente a presença de qualquer outro malware presente ali, além de manter dispositivos de segurança para evitar que novos apareçam e se tornem um problema.
De acordo com a Symantec, responsável pela descoberta, o Wifatch já estaria presente em mais de 10 mil roteadores com firmware baseados em Linux. Ele também pode se espalhar por meio da própria conexão, encontrando redes abertas nos arredores e transmitindo-se para elas, além de estar embutido em softwares e arquivos baixados em sites de torrent. Os países com mais casos de infecção pelo Wifatch são China, Brasil e México.
O malware nem mesmo faz questão de esconder sua presença. Ao perceber uma vulnerabilidade como uma porta de acesso aberta, por exemplo, o Wifatch a fecha e logo na sequência emite avisos para que o usuário altere suas senhas e modifique configurações de segurança no painel de controle do roteador, além de pedir a atualização do firmware.
Os criadores do Wifatch são desconhecidos. Suas intenções, por outro lado, não são. Inclusive, no código fonte do vírus está um pedido para que especialistas continuem trabalhando nele e o atualizem para combater novas pragas que surjam por aí. Há também um recado às autoridades: “considerem defender a constituição dos Estados Unidos contra todos os inimigos, estrangeiros ou domésticos, e siga o exemplo de Snowden.”
Aqui, os criadores fazem uma referência a Edward Snowden, o ex-analista da NSA que, desde o final de 2013, trouxe ao público diversas revelações sobre a espionagem realizada por agências governamentais sobre governos estrangeiros e seu próprio povo. Uma das justificativas dele para o ato foi justamente a noção de que o inimigo muitas vezes pode ser o mesmo responsável pela segurança no país.
Seja para se proteger do Wifatch ou de outras pragas que possam efetivamente causar danos, as opções são as mesmas. Mantenha seus roteadores sempre com protocolos de segurança ativados, use senhas complexas e atualize o firmware regularmente. Além disso, uma boa dica é evitar o uso de sites de compras ou transmitir informações particulares por meio de redes sem fio públicas, como em cafés, aeroportos ou shoppings.