Thiago Sabaia

TIM vê melhor rentabilidade e leve alta em investimentos em 2013

A operadora móvel TIM deve ter um ganho de rentabilidade em 2013, com a melhora da receita de serviços e apesar da desaceleração nas vendas de aparelhos, em um ano no qual a empresa pretende investir um pouco mais por conta do 4G, disseram executivos nesta quarta-feira.

A segunda maior operadora móvel do Brasil teve alta 56,4% na receita com aparelhos no quarto trimestre, enquanto a receita líquida de serviços avançou apenas 1,4% – ante alta de 17,4% no mesmo período de 2011.

“Há evidência que a gente hoje em dia está com um patamar de venda de aparelhos bastante alto, mas a gente não enxerga um crescimento nos próximos anos frente ao patamar de 2012”, afirmou o diretor financeiro, Claudio Zezza, em teleconferência com jornalistas.

“Então, naturalmente, a margem vai crescer porque a receita de serviços vai crescer mais que a taxa de produtos”, acrescentou o executivo.

Às 13h02, os papéis da empresa perdiam 1,71%, a R$ 8,60, enquanto o Ibovespa caía 1,29%.

Apesar de ser menos rentável, os investimentos em aparelhos são importantes para a TIM por aumentarem a difusão de smartphones em sua base de assinantes, o que, por sua vez, eleva também o rentável uso de dados.

Segundo o diretor de marketing da companhia, Roger Sole, a TIM tem conseguido melhorar sua receita média por usuários, um indicador de rentabilidade, desde o segundo trimestre do ano passado.

Sole citou também um ambiente regulatório difícil na segunda metade do ano passado e a queda da tarifa de interconexão VU-M, além de um quarto trimestre “atípico” por ter registrado uma brusca desaceleração na receita de serviços.

“Daqui pra frente muitos desse fatores não vão estar presentes e em janeiro já estamos vendo crescimento de receita ano a ano parecidos com o que tínhamos no terceiro trimestre; esperamos crescimento sólido em linha com o guidance que vamos passar em breve”, disse Sole.

Para melhorar a rentabilidade, a empresa também controlará os custos e acredita que, com a estruturação de sua rede próprio, vai depender menos do aluguel da rede de terceiros, reduzindo os gastos, disse ele.

Itens não recorrentes e custos dos produtos vendidos 26% maiores prejudicaram as metas de geração de caixa operacional da TIM no ano passado.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no quarto trimestre da operadora ficou levemente abaixo da meta da administração, enquanto a previsão de receita foi cumprido, de acordo com as suas informações financeiras divulgadas na terça-feira.

Apesar disso, a empresa disse que os resultados ficaram em linha com o esperado, após a “enorme tempestade” passada pela TIM no segundo semestre, segundo classificou o presidente da empresa, Andrea Mangoni.

Ele deixará o cargo de diretor-presidente a partir de 4 de março, menos de um ano após assumir o posto, segundo anunciou a operadora na terça-feira.

Investimentos e metas
Os investimentos da empresa em 2013 devem ser um pouco superiores aos do ano passado, quando a empresa realizou investimentos de R$ 3,4 bilhões excluindo os gastos com compra de frequências.

Apesar de não fornecer números, que devem ser anunciados na sexta-feira no plano industrial de 2013 a 2015, a TIM divulgou uma apresentação na qual um gráfico mostra leve crescimento nos investimentos neste ano sobre o anterior.

Já Zezza afirmou que os investimentos devem ficar “relativamente estáveis” sobre 2012, e que o leve crescimento se dará por conta dos gastos em telefonia móvel de quarta geração (4G).

Ele ressaltou, contudo, que o perfil dos investimentos deve ser similar ao realizado no ano passado, quando a empresa investiu mais de 90% em infraestrutura. Se consideradas as compras de frequências, os investimentos em 2012 totalizaram R$ 3,8 bilhões.

“Vamos continuar a fortalecer a nossa infraestrutura”, afirmou Zezza, acrescentando que o foco será qualidade.

A TIM foi líder de reclamações na primeira avaliação trimestral do plano da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para melhorar a qualidade da telefonia móvel brasileira.

Segundo relatório do Plano Nacional de Ação de Melhoria da Prestação do Serviço Móvel Pessoal, para os meses de agosto, setembro e outubro, que a Anatel divulgou nesta quarta-feira, a TIM gerou um pico de mais de 4 mil reclamações, em agosto, mês em que a Claro ficou com mais de 2 mil queixas, e a Oi, com pouco mais de 1500 reclamações.

O diretor de assuntos regulatórios da TIM, Mario Girasole, ressaltou que as conversas para compartilhamento de rede 4G com a Oi estão em estágio preliminar, e que ainda serão decididas as melhores opções para um acordo.

Sem entrar em detalhes, ele disse que atualmente pode-se ver reguladores “a favor de políticas públicas de compartilhamento”, quando questionado por jornalistas se a Anatel já havia aprovado uma potencial parceria entre as operadoras.

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