Notícias falsas impactam a democracia

O relatório Trust in News, resultado de uma pesquisa feita pela Kantar no Brasil, EUA, Reino Unido e França, revelou que a reputação dos veículos impressos e canais de TV e rádio é mais resistente ao descrédito do público. Isso se dá, segundo o estudo, pela abordagem mais profunda dos assuntos por parte dos veículos tradicionais e pela grande quantidade de notícias falsas transmitidas pelas mídias que publicam exclusivamente online.

O levantamento de dados da pesquisa foi feito através de entrevistas com 8 mil indivíduos quanto às suas impressões em relação às coberturas jornalísticas feitas à época das eleições nos quatro países acima relacionados e resultou na conclusão de que uma média de 46% dos espectadores de notícias acreditam que notícias falsas tiveram impacto nos resultados das eleições de seus respectivos países.

No Brasil, 69% dos entrevistados afirmaram acreditar na influência das fake news no processo de eleição. Outro dado demonstra que 44% dos participantes da pesquisa acreditam que a audiência tem a responsabilidade de combater notícias inverídicas. 40% dos indivíduos pesquisados afirma ter expandido o número de fontes de notícias nos últimos 12 meses, e a mesma porcentagem que afirmou explorar pontos de vista diversos de seus próprios através das notícias veiculadas. 75% afirmaram pesquisar independentemente a veracidade dos fatos publicados, enquanto 70% disseram se preocupar com fake news ao compartilhar uma notícia. Entretanto, 20% dos entrevistados admitiram já ter compartilhado notícias após ler apenas o título da matéria.

O público continua a acreditar que o jornalismo é ferramenta significativa para a manutenção da democracia nos regimes governamentais, mas está se tornando cada vez mais cético e capaz de questionamento.

“A imprensa conseguiu livrar-se das acusações de fake news e continuou a desfrutar de altos níveis de confiança entre os consumidores de notícias. O desafio agora para estas empresas é monetizar esta lealdade, e nós identificamos algumas formas de explorar essa possibilidade. A mídia já consolidada precisa ter confiança em investir nas suas marcas e ao mesmo tempo criar modelos de assinatura flexíveis para as gerações mais jovens de consumidores, que estão cada vez mais confortáveis com modelos de pagamentos recorrentes”, afirma Eric Salama, CEO da Kantar.

Fonte: Kantar